quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Só Fuscas


A história do Fusca é uma das mais complexas e longas da história do automóvel. Diferente da maioria dos outros carros, o projeto do Fusca envolveu várias empresas e até mesmo o governo de seu país. Alguns pontos são obscuros ou mal documentados, já que o projeto inicialmente não teria tal importância histórica, e certos detalhes perderam-se com a devastação causada pela Segunda Guerra Mundial.  Esse automóvel começou a ser projetado antes da Segunda Guerra Mundia. No entanto em 1939, com a inevitável eclosão de uma guerra na Europa, todos os recursos disponíveis foram destinados ao esforço de guerra alemão. A Volkswagen, até então um grande instrumento de propaganda da capacidade tecnológica alemã, foi rapidamente integrada às ambições militares de Hitler. A produção do Fusca foi interrompida após fabricação de poucas unidades, e a fábrica foi dedicada a produzir veículos de guerra baseados na plataforma do Fusca - usos previstos por Porsche, em seu projeto de carroceria separada do chassis, e pelo próprio Hitler, que tinha este uso em mente por trás da própria iniciativa em financiar todo o projeto.

Obswrvação: Porsche ( era um projetista de carros austíaco Ferdinandi Porsche, um conceituado engenheiro da época, que em 1931 abrira seu próprio escritório de desenho).
Após a guerra, a Alemanha foi dividida em zonas que ficaram sob controle dos aliados. A zona em que ficava a fábrica do Volkswagen, complexo chamado de "Cidade KdF", rebatizada após a guerra de Wolfsburg, ficou nas mãis dos  Britânicos. O comando da fábrica ficou nas mãos do Major Ivan Hirst, que se tornaria um apaixonado pelo Fusca.
Porem os britânicos não desejavam administrar para sempre a fábrica e tinham de encontrar uma forma de passá-la para o governo alemão, isso foi feito em janeiro de 1948. os alemães percebeu que a única forma de expandir a fábrica, e gerar importantes empregos para a população no pós-guerra, era exportar os Fuscas, particulamente para os Estados Unidos.                                                                                                     
Os britânicos, reativaram a produção em 1945, para produzir carros para as forças de ocupação e para o serviço público alemão. Apesar dos intensos bombardeios sofridos pela fábrica durante a guerra, grande parte das ferramentas haviam sido movidas para os porões, tornando a retomada da produção algo relativamente simples. 
 Rapidamente a fama de "indestrutível" do carro começou a se disseminar, ajudada pela mecânica simples (menos coisas para dar errado), pela oferta  de distribuição de peças sobressalentes e, principalmente, pelo marketing da VW, que soube capitalizar sobre a resistência do carro.
Logo o Fusca dominou sua fatia de mercado na maioria dos países onde foi lançado, ajudado pela precariedade dos concorrentes diretos e pelo bom de crescimento dos países vitoriosos na II Guerra (principalmente EUA). Além disso a facilidade da mecânica permitia alterações personalizadas, abrindo caminho para adaptações feitas por empresas independentes.Tal versatilidade de projeto permitiria à Volkswagen diversificar sua linha aproveitando a plataforma e/ou componentes do Fusca. Hoje o fusca já não é mais produzido, seu último modelo foi produzido no México em 2003, independentemente de suas vendas, o Fusca se tornou aos poucos um clássico, com os modelos mais antigos sendo bastante procurados por colecionadores e aficionados e inflacionando rapidamente. Hoje um modelo de 1951 pode atingir, dependendo de suas condições, valores da ordem de até R$ 50.000,00 no Brasil.

Parece loucora né mas acreditem existe muita gente capaz de pagar um valor desse só para ter em sua garagem um modelo considerado classico e raro.
No Brasil o primeiro Fusca foi lançado em 1949, obedecendo, com poucas modificações, o projeto de lançado na Alemanha  vinte anos antes.
A partir de 1950, o Fusca começou a ser vendido no aqui no Brasil. As trinta primeiras unidades foram logo vendidas, é difícil acreditar mas o carro vinha desmontado da  e curiosamente não era montado pela VW que ainda não havia se instalado no Brasil. A empresa responsável pela montagem era a Brasmotor.
A versatilidade da mecânica do Fusca garantiu o mercado de modificações, seja as "oficiais" ( Poesche 356), seja as caseiras ( gaiolas, triciclos etc). Na verdade, o Fusca já foi transformado em quase tudo, desde aviões (modelos experimentais), motos (a Amazonas 1600 do Brasil), barcos (pequenos barcos de madeira com um motor boxer adaptado, ou mesmo o carro inteiro impermeabilizado), e até mesmo bombas d'água ou geradores.
Dada a popularidade do Fusca, o fim de sua produção não significa o fim da disponibilidade de carros para modificar tão cedo. Embora não sejam alterações como as de antigamente que diga-se de passagem, não se comparam com as de hoje em dia  as transformações ainda ocorrem, e com o inevitável envelhecimento da frota disponível, parece a única solução para muitos carros quase sucateados.
A palavra "alteração" de antigamente, felismente significa para nós hoje em dia "personalização/tuning", e convenhamos hoje em dia fazemos "alterações" muito mais estilozas do que naquela época!!!
Vamos conferir?  









 

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